Na nova construção o valor de referência por metro quadrado (m2) é de 3.500€ no Porto e em Lisboa fixa-se nos 5.800€
ara os investidores imobiliários, "o Porto e a região Norte apresentam taxas de atratividade superiores às que se verificam no Centro e Sul do país", conclui um estudo da Predibisa sobre o sector. Há preços mais baixos, mas também valores acima da média nacional e de Lisboa no que respeita a indicadores como valor das yelds, operações e criação de postos de trabalho nos projetos de investimento estrangeiro, diz a análise da empresa.
"Na última década, a região tem conseguido captar investimento diversificado e de elevado valor, acabando por atrair talento. Esse investimento é notório em setores tradicionais com componentes de inovação, que diferenciam o Porto de outras cidades, com a procura imobiliária alavancada em quatro indicadores: macroeconómicos; talento e competências (know-how), boas infraestruturas e qualidade de vida", conclui a Predibisa.
Quanto à comparação entre Porto e Lisboa, a mediadora imobiliária apresenta números. Na nova construção o valor de referência por metro quadrado (m2) é de 3.500€ no Porto e em Lisboa fixa-se nos 5.800€, enquanto a yeld bruta média é de 5,9% no Porto e de 4,6% em Lisboa e os postos de trabalho gerados por projeto de investimento estrangeiro são, em média, 115 no Porto e 47 na capital.
“O Porto tornou-se ponto de atração para o investimento internacional. Falamos de uma região cada vez mais conhecida como destino para a instalação de empresas com serviços de valor acrescentado, uma vez que os seus argumentos são fortíssimos para este tipo de ocupantes. Além dos custos competitivos do imobiliário, há ainda uma força de trabalho altamente qualificada, um ecossistema académico e de Investigação & Desenvolvimento (I&D) muito forte, um clima mediterrâneo e um custo de vida acessível, tudo isto num país que é considerado um dos mais seguros do mundo", comenta João Nuno Magalhães, diretor-geral da Predibisa.
"Tem sido percetivel na última década que esta realidade da região do Grande Porto é muito mais apelativa para a maioria das empresas do que noutros destinos europeus concorrentes", sublinha.
E sobre o futuro do sector, João Nuno Magalhães deixa uma nota de otimismo, certo de que “ainda que esta crise seja diferente de todas as anteriores, o imobiliário é e continuará a ser um refúgio para os investidores e isso não vai mudar”.
No entanto, se no final do ano passado, "as perspetivas delineadas para 2020 eram as melhores, com o mercado a registar taxas de crescimento elevadas, em virtude do contexto pandémico, as estimativas atuais apontam para um ano abaixo das previsões, com um desaceleramento nas vendas de habitações". diz a Predibisa. Mas ainda assim os especialistas do setor preveem que ultrapassada a pandemia seja retomado o ritmo e a tendência de crescimento registada nos últimos anos.
De acordo com a análise à evolução das yields no mercado imobiliário português ao longo da última década, há "estabilidade e resiliência do segmento residencial comparativamente aos restantes setores, sem correções abruptas ao longo do tempo, imune inclusive à crise económica verificada no início de 2010", sendo que o residencial apresenta uma multiplicidade de fins, desde turísticos (destino de férias), à habitação própria permanente (morada habitacional), residência para estudantes ou habitação partilhada, entre outros.
"Também a procura de imóveis tem registado nos últimos anos níveis nunca antes vistos em Portugal", com o número de casas vendidas em alta nos últimos cinco anos, em especial nos grandes centros urbanos (Porto e Lisboa), responsáveis por mais de metade das vendas registadas em Portugal. "A elevada procura do setor, dinamizou inicialmente o mercado da capital, tendo-se dissipado posteriormente para a cidade do Porto", sublinha a Predibisa.
In Expresso 09/12/2020https://expresso.pt/economia/2020-12-09-Imobiliario.-Porto-e-norte-sao-mais-atrativos-para-o-investimento-estrangeiro-diz-Predibisa